Quais são os objetos que formam uma coleção de arquitetura? No âmbito
do museu de arquitetura, quais são os objetos e os objetivos de uma coleção de arquitetura? Para que servem e a quem se destinam? Estas questões impõem-se, independentes do tempo histórico, quando se reflete sobre a idéia do museu de arquitetura. Outros tipos de museus, como por exemplo, os de arte do passado, têm suas origens a partir da pré-existência dos objetos colecionados, e têm seus objetivos fundamentados nas práticas específicas da instituição museal: a coleta, a conservação e a exposição.
No caso do museu de arquitetura, o acervo, ou seja, os edifícios encontram-se a céu aberto, nas cidades, comprometendo ainda mais o entendimento do acervo formado por objetos distintos e manipuláveis. O acervo dos “objetos” arquitetônicos é a própria cidade, com suas práticas sociais, históricas e culturais. Do que então se constitui o acervo do museu de arquitetura? De fragmentos verdadeiros dos edifícios, de reproduções dos fragmentos dos edifícios quando estes fragmentos não estão disponíveis, de representações dos edifícios e seus contextos em maquetes de escala reduzidas, de imagens? Na medida em que o acervo deve ser produzido, abrem-se possibilidades para a imaginação, e sobretudo, para o debate do valor dos meios de apresentação, seja para a própria prática da arquitetura, seja para a definição dos critérios de eleição do patrimônio eleito. A idéia do museu de arquitetura ultrapassa o simples valor da instituição museal como “lugar de memória”, inscrevendo-se em um âmbito conceitual decorrente do questionamento das noções de museu, de arquitetura e de cidade.
Este trabalho analisa a idéia e os objetivos do museu de arquitetura, a partir
da formação de suas coleções, comparando diferentes propostas: o MoMA NY, o Museu de Arquitetura de Frankfurt , o MNAM no Centro Georges Pompidou e a Cité de l’architecture et du patrimoine, estes dois últimos em Paris.
Palavras chave: museus; arquitetura; coleções
Autores
Ano do texto: 2010
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